Alison tem 36 anos, dois
títulos do Campeonato Mundial de vôlei de praia e vai disputar a competição
pela sétima vez, desta vez com Guto. Renato tem 22 anos e faz sua estreia no
torneio, jogando com Vitor Felipe. As fases da carreira são diferentes, mas o
objetivo é o mesmo: voltar do Mundial, em Roma (ITA), com uma medalha no peito.
A competição começou na última sexta-feira (10), com a participação de outras
seis duplas brasileiras - Duda/Ana Patricia, Bárbara Seixas/Carol Solberg,
Rebecca/Talita, Taiana/Hegê, André Stein/George e Bruno Schmidt/Saymon. O
Brasil é o maior vencedor do Mundial, com 12 títulos, e o maior medalhista, com
31 pódios.
O palco da competição é especial para Alison. Foi no Foro Italico, em Roma, que ele conquistou seu primeiro título do Campeonato Mundial, em 2011, com Emanuel. O Mamute também foi campeão mundial em 2015, com Bruno Schmidt, e vice em 2009, com Harley.
“Tenho muitas lembranças de 2011. Dos momentos difíceis que passamos, mas o momento mais marcante foi a final. Foi incrível o Foro Italico lotado, com três medalhistas olímpicos, o Marcio (Araujo), o Ricardo e o Emanuel. Eu era o garoto na época. Lembro muito bem do último ponto. O Emanuel falou ‘Vamos fazer o ponto e correr para a equipe’. A gente fez e subiu em cima de um carro que era do patrocinador do torneio. Foi muito emocionante”, lembra Alison. “Hoje sou o cara experiente do meu time. Estou jogando com o Guto, um menino que dispensa comentários como atleta. É o segundo Mundial dele, o meu sétimo, e está sendo muito importante essa troca entre experiência e juventude. Nosso time vem crescendo no momento certo, e a minha motivação é grande por essa quarta medalha”, completou.
Renato está em
seu primeiro Campeonato Mundial adulto, mas chega à competição com um currículo
recheado de conquistas nas categorias de base. Ele é bicampeão mundial sub-21
(2017 e 2019), campeão mundial sub-19 (2016) e campeão do Pan-Americano Junior
(2021).
“Estou preparado. Tudo na vida são fases e encaro todas da melhor maneira possível. É para isso que treino todos os dias. Só consigo pensar em dar meu melhor, focar no nosso time, no que a gente tem de bom”, afirmou Renato. Ao seu lado, Renato tem Vitor Felipe, que aos 31 anos disputa o Mundial pela quarta vez. “A gente conversa muito. Aprendo muito com ele, apesar de ele ser mais novo, e tento passar tudo o que já vivi e o que quero viver. Sempre falo que o importante é entrar em quadra e dar o melhor, mostrar o que treinamos. Vamos fazer o que a gente acredita”, disse Vitor. Alison também tem dicas para os novatos. Além de Renato, Hegê também fará sua estreia na competição, jogando ao lado de Taiana, medalhista de prata no Mundial de 2015.
“A mensagem
para os atletas que estão competindo pela primeira vez é aproveitar cada
momento, com muita responsabilidade. O Mundial é um torneio diferente, engloba
48 times. Tem que ter muito respeito, humildade, estudar bastante os
adversários, saber o peso de um Mundial e encarar de frente. É um torneio
maravilhoso de jogar. Assim como os Jogos Olímpicos, está em um patamar
diferente”, destacou o campeão olímpico nos Jogos do Rio 2016.
Gerente de
vôlei de praia da Confederação Brasileira de Voleibol (CBV), Guilherme Marques
foi campeão da primeira edição do Mundial em 1997, ao lado de Pará. “O Mundial
é a principal competição do vôlei de praia na temporada, um torneio muito
complicado e um grande desafio para nossos atletas. Este ano, a CBV implementou
uma série de mudanças para deixar o vôlei de praia brasileiro cada vez mais
forte. O objetivo é chegar forte nos Jogos de Paris, em 2024. O Campeonato
Mundial é uma etapa muito importante nesse processo. As novidades no Circuito
Brasileiro foram pensadas justamente para preparar nossos atletas para os
momentos que eles vão enfrentar em competições como o Campeonato Mundial ou os
Jogos Olímpicos”, explica Guilherme.
Outra novidade
da CBV para o início do ciclo olímpico foi a formação de uma comissão técnica
permanente para o vôlei de praia. “Foi uma das principais iniciativas que
tomamos este ano. Nos aproximamos dos centros de treinamento com o trabalho do
supervisor técnico Leandro Brachola, e com o coordenador técnico Marco Char,
que compartilha conhecimento sobre adversários por meio de análises de
desempenho. Há ainda um trabalho importante na parte física, com o fisiologista
Hélvio Affonso, fundamental para manter nossos atletas nas melhores condições”,
completa Guilherme.
Brasileiros na fase de grupos:
DOMINGO - 12/6
6h - Vitor Felipe/Renato (BRA) x Nicolaidis/Carracher (AUS)
6h - Taiana/Hegê (BRA) x Worapeerachayakorn/Naraphornrapat (TAI)
7h - Alison/Guto (BRA) x Mora/Lopez (NCA)
9h - Talita/Rebecca (BRA) x Lahti/Ahtiainen (FIN) – transmissão do sportv 3
10h - Duda/Ana Patricia (BRA) x Hermannova/Williams (TCH) –
transmissão do sportv 3
11h - Barbara/Carol (BRA) x Megan/Nicole (CAN) – transmissão do sportv 3
SEGUNDA-FEIRA - 13/6
7h - Talita/Rebecca (BRA) x Day/Stockman (EUA)
8h - Vitor Felipe/Renato (BRA) x Alison/Guto (BRA) – transmissão do sportv 2
10h - André/George (BRA) x Samoilovs/Smedins (LET) – transmissão do sportv 2
11h - Bruno Schmidt/Saymon (BRA) x Carambula/Rossi (ITA) –
transmissão do sportv 2
13h - Taiana/Hegê (BRA) x Muller/Tillmann (ALE) – transmissão do sportv 2
FOTO: Volleyball World
Autoria: Fonte: Confederação Brasileira de Vôlei