×
02/04/2022 11h00 Há 983 dias
Giulia Gávio quer escrever sua própria história no voleibol

    Giulia Gávio joga vôlei desde criança. Mas agora, aos 25 anos, está vivendo um sentimento diferente no esporte. Depois de conquistar sua primeira medalha no vôlei de praia, a prata no Aberto de Maringá (PR), segunda etapa do Circuito Brasileiro, a filha do bicampeão olímpico Giovane, ouro em Barcelona 1992 e Atenas 2004, sente que agora está escrevendo sua história no voleibol, independentemente do sobrenome famoso.

    “A vida inteira eu joguei vôlei de quadra. Ao vir para a praia, encontrei um ambiente novo, onde tinha que buscar meu próprio espaço. Conquistar essa medalha foi uma chave que virou na minha cabeça. Agora eu me considero uma jogadora de vôlei de praia, estou conseguindo escrever minha própria história, independentemente do meu sobrenome. Por isso foi tão importante, apesar de não ter conseguido o primeiro lugar. Ao sair do qualy para uma final, comecei a acreditar mais em mim, vejo que posso chegar em algum lugar”, afirma Giulia.

    Em sua estreia na terceira etapa do Circuito Brasileiro, nesta quinta-feira, Giulia e Jéssica venceram Maiara/Rosimeire Lima por 2 sets a 0 (21/17 e 21/14) na estrutura montada na Meia Praia, em Itapema (SC). Ainda hoje elas disputam o restante da fase de grupos de olho em uma vaga nas oitavas de final (a programação vai até 16h30). Concentrada em seus objetivos, Giulia não se importa quando se referem a ela como a “filha do Giovane”.

    “Nunca me incomodou e não me incomoda. Tenho muito orgulho de ser filha dele, de tudo que ele fez pelo esporte brasileiro. A única questão era comigo mesma, internamente sentir que merecia estar aqui. Hoje, sinto que estou porque trabalhei, treinei, me decepcionei e insisti”.

    Giulia migrou para o vôlei de praia em março de 2020, mas a pandemia de COVID-19 atrasou um pouco os planos no esporte. Seus primeiros torneios foram no fim daquele ano, com a retomada do Circuito Brasileiro. No fim da última temporada, veio o convite de Jéssica para jogarem juntas e treinarem com a técnica Leticia Pessoa (com três medalhas olímpicas no currículo). A parceria colheu frutos rapidamente, disputando a final e conquistando a medalha de prata logo em seu primeiro torneio.

    “Jessica me convidou no fim do ano passado para jogar com ela, e fez a proposta de ir treinar com a Leticia. Eu topei. Da Leticia, não preciso nem falar, é uma das maiores treinadoras do mundo. Está sendo ótimo, me receberam muito bem, estou muito à vontade para ser quem eu sou, a jogadora que eu quero ser. E a Jéssica é uma parceira sensacional, me ajuda dentro de quadra. Estamos criando uma harmonia muito boa”, contou.

  Crédito/Foto: Fabio Silva/Inovafoto/CBV

Autoria: Fonte: Confederação Brasileira de Vôlei