Giulia Gávio joga vôlei desde criança. Mas agora, aos 25 anos,
está vivendo um sentimento diferente no esporte. Depois de conquistar sua
primeira medalha no vôlei de praia, a prata no Aberto de Maringá (PR), segunda
etapa do Circuito Brasileiro, a filha do bicampeão olímpico Giovane, ouro em
Barcelona 1992 e Atenas 2004, sente que agora está escrevendo sua história no
voleibol, independentemente do sobrenome famoso.
“A vida inteira
eu joguei vôlei de quadra. Ao vir para a praia, encontrei um ambiente novo, onde
tinha que buscar meu próprio espaço. Conquistar essa medalha foi uma chave que
virou na minha cabeça. Agora eu me considero uma jogadora de vôlei de praia,
estou conseguindo escrever minha própria história, independentemente do meu
sobrenome. Por isso foi tão importante, apesar de não ter conseguido o primeiro
lugar. Ao sair do qualy para uma final, comecei a acreditar mais em mim, vejo
que posso chegar em algum lugar”, afirma Giulia.
Em sua estreia
na terceira etapa do Circuito Brasileiro, nesta quinta-feira, Giulia e Jéssica
venceram Maiara/Rosimeire Lima por 2 sets a 0 (21/17 e 21/14) na estrutura
montada na Meia Praia, em Itapema (SC). Ainda hoje elas disputam o restante da
fase de grupos de olho em uma vaga nas oitavas de final (a programação vai até
16h30). Concentrada em seus objetivos, Giulia não se importa quando se
referem a ela como a “filha do Giovane”.
“Nunca me
incomodou e não me incomoda. Tenho muito orgulho de ser filha dele, de tudo que
ele fez pelo esporte brasileiro. A única questão era comigo mesma, internamente
sentir que merecia estar aqui. Hoje, sinto que estou porque trabalhei, treinei,
me decepcionei e insisti”.
Giulia migrou
para o vôlei de praia em março de 2020, mas a pandemia de COVID-19 atrasou um
pouco os planos no esporte. Seus primeiros torneios foram no fim daquele ano,
com a retomada do Circuito Brasileiro. No fim da última temporada, veio o
convite de Jéssica para jogarem juntas e treinarem com a técnica Leticia Pessoa
(com três medalhas olímpicas no currículo). A parceria colheu frutos
rapidamente, disputando a final e conquistando a medalha de prata logo em seu
primeiro torneio.
“Jessica me convidou no fim do ano passado para jogar com ela, e fez a proposta de ir treinar com a Leticia. Eu topei. Da Leticia, não preciso nem falar, é uma das maiores treinadoras do mundo. Está sendo ótimo, me receberam muito bem, estou muito à vontade para ser quem eu sou, a jogadora que eu quero ser. E a Jéssica é uma parceira sensacional, me ajuda dentro de quadra. Estamos criando uma harmonia muito boa”, contou.
Autoria: Fonte: Confederação Brasileira de Vôlei