Dificuldade para
engolir alimentos, líquidos ou a própria saliva são os principais sintomas da
disfagia, e que pode afetar pessoas de qualquer faixa de idade. A coordenadora
do departamento de Fonoaudiologia da Santa Casa de Piracicaba, Érica Sbravatti,
alerta para a gravidade desses quadros e lembra que os sintomas da disfagia
devem-se a patologias de base, como as doenças neurológicas, trauma
crânio-encefálico, demências, síndromes, câncer de cabeça e pescoço, doença do
refluxo gastroesofágico, bem como pacientes submetidos à ventilação mecânica ou
em uso de traqueostomia.
“Cerca de 80% de nossa atuação no hospital é com paciente disfágico, e desses, 70% são pacientes neurológicos. Também temos casos de disfagia na UTI Neonatal e de outras patologias como o câncer. A Santa Casa é unidade de referência e credenciada ao atendimento de AVC (Acidente Vascular Cerebral) e nossa atuação nessa área tem sido fundamental, pois dentro do protocolo de AVC nossa atuação é justamente na alteração de fala e linguagem, mas também por conta da deglutição e disfagia, que são comuns para os pacientes vítimas do AVC ou derrame cerebral como é conhecido popularmente”, salienta.
Essa
dificuldade para engolir pode afetar a alimentação, segundo Érica, levando à
frustração, estresse e até constrangimentos. Ela ainda pode comprometer a
saúde, o estado nutricional e impactar negativamente na qualidade de vida das
pessoas. “Dia 20 de março é o Dia Nacional de Atenção à Disfagia. Nosso alerta
é informar que esse problema na grande maioria dos casos tem tratamento e que a
fonoterapia é uma grande aliada, por meio da avaliação especializada e
intervenção, prevenindo desconfortos e complicações sérias de saúde geradas por
ela”, explica Érica.
De acordo
com Érica, a fonoaudiologia conta com diversos recursos que podem oferecer mais
qualidade de vida às pessoas com disfagia. “Podemos modificar a consistência
dos alimentos usando, por exemplo, o espessante para os líquidos, além de
manobras de mudança de postura de cabeça para facilitar a deglutição, de
proteção de vias aéreas e de limpeza glótica para que a pessoa consiga engolir
com mais segurança, além dos exercícios de motricidade orofacial e
respiratórios”.
Autoria: Fonte: Santa Casa de Piracicaba