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21/03/2022 10h47 Há 1006 dias
A disfagia pode esconder um problema de saúde mais grave

    Dificuldade para engolir alimentos, líquidos ou a própria saliva são os principais sintomas da disfagia, e que pode afetar pessoas de qualquer faixa de idade. A coordenadora do departamento de Fonoaudiologia da Santa Casa de Piracicaba, Érica Sbravatti, alerta para a gravidade desses quadros e lembra que os sintomas da disfagia devem-se a patologias de base, como as doenças neurológicas, trauma crânio-encefálico, demências, síndromes, câncer de cabeça e pescoço, doença do refluxo gastroesofágico, bem como pacientes submetidos à ventilação mecânica ou em uso de traqueostomia.

    “Cerca de 80% de nossa atuação no hospital é com paciente disfágico, e desses, 70% são pacientes neurológicos. Também temos casos de disfagia na UTI Neonatal e de outras patologias como o câncer. A Santa Casa é unidade de referência e credenciada ao atendimento de AVC (Acidente Vascular Cerebral) e nossa atuação nessa área tem sido fundamental, pois dentro do protocolo de AVC nossa atuação é justamente na alteração de fala e linguagem, mas também por conta da deglutição e disfagia, que são comuns para os pacientes vítimas do AVC ou derrame cerebral como é conhecido popularmente”, salienta. 

    Essa dificuldade para engolir pode afetar a alimentação, segundo Érica, levando à frustração, estresse e até constrangimentos. Ela ainda pode comprometer a saúde, o estado nutricional e impactar negativamente na qualidade de vida das pessoas. “Dia 20 de março é o Dia Nacional de Atenção à Disfagia. Nosso alerta é informar que esse problema na grande maioria dos casos tem tratamento e que a fonoterapia é uma grande aliada, por meio da avaliação especializada e intervenção, prevenindo desconfortos e complicações sérias de saúde geradas por ela”, explica Érica. 

    De acordo com Érica, a fonoaudiologia conta com diversos recursos que podem oferecer mais qualidade de vida às pessoas com disfagia. “Podemos modificar a consistência dos alimentos usando, por exemplo, o espessante para os líquidos, além de manobras de mudança de postura de cabeça para facilitar a deglutição, de proteção de vias aéreas e de limpeza glótica para que a pessoa consiga engolir com mais segurança, além dos exercícios de motricidade orofacial e respiratórios”. 

Autoria: Fonte: Santa Casa de Piracicaba