O Grupo de Trabalho (GT) de Saúde do Itaú debateu o
programa Recomece, voltado para todos os funcionários que estão aptos a voltar
ao trabalho, após afastamento por problemas de saúde, mas necessitam de um
retorno gradual. A apresentação foi feita pela área de medicina ocupacional do
banco.
O Recomece é voltado para todos os funcionários que
estão aptos a retornar ao trabalho, após afastamento por problemas de saúde,
mas necessitam de um retorno gradual. Os trabalhadores que ficaram mais de 180
dias afastados entram no programa automaticamente e os que ficaram menos de 180
dias, só entram no programa após indicação médica. A validade do programa é de
15 dias e pode ser ampliada a 30 dias. O acompanhamento é feito pelo banco,
orientado por uma assistente social e também um tutor, que pode ser o próprio
gestor do trabalhador.
Luciana Duarte, coordenadora do GT de Saúde do banco,
criticou a apresentação do programa, mesmo com as negociações em curso sobre o
programa de retorno ao trabalho previsto na cláusula 43 da Convenção Coletiva
de Trabalho (CCT) da categoria. “O prazo foi reduzido de seis meses a um ano,
como previsto CCT, para 15 a 30 dias no programa do banco. Nossa, avaliação é
que essa redução tem de ser sempre avaliada por um médico assistente”, apontou.
Os bancários, já sobrecarregados, além de se
preocupar com as metas absurdas, ainda terão uma responsabilidade a mais. Antes
era a medicina ocupacional do banco que fazia este acompanhamento. Somos
favoráveis a uma gestão humanizada, mas isto também passa também por metas
humanizada.
O GT entende que o programa poderá cumprir uma
importante função em alguns casos. Porém, quando o afastamento for por doença
relacionada ao trabalho, principalmente, quando causado por problemas de
gestão, ter a figura do gestor como responsável pela readaptação ou como tutor
não é a melhor escolha.
Para a coordenadora do GT, o afastamento do
trabalho é um momento traumático para o trabalhador que tem que lidar com a
doença e a insegurança. “O momento do retorno deverá ser feito com o objetivo
de reinserir este trabalhador de forma gradativa, respeitando suas limitações
e, principalmente, em ambiente livre dos problemas que ocasionaram seu
adoecimento”.
Ao ser questionado por não ter procurado o movimento sindical para construção do Recomece, o banco informou que o programa encontra-se em construção e propôs um calendário para discussões.
PDV – O GT também denunciou ao banco o assédio informado pelos trabalhadores elegíveis ao Programa de Desligamento Voluntário (PDV). Como o nome diz, a adesão deveria ser voluntária. No entanto, há denúncias de constrangimento para a adesão. O banco informou que não concorda com tais práticas.
Autoria: Fonte: Sindicato dos Bancários de Piracicaba