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01/10/2022 11h06 Há 736 dias
Baque Caipira encerra projeto Territórios férteis: o baque das culturas periféricas

    Uma música bastante falada, o rap. Outra, muito musicada, o baque virado. E, entre as coincidências, uma prática sonora, muitas vezes, de chamada e resposta. Em Piracicaba, a história do maracatu de baque virado e do Hip Hop se entrelaçaram nesses meses de agosto e setembro, quando o grupo percussivo Baque Caipira, marcou presença no Barranco Cultural, localizado no bairro Santa Fé 1, zona oeste da cidade. Foram diversos encontros que resultaram na mistura rítmica que pode ser conhecida por todas as pessoas durante a realização do Cortejo Antropofágico, que acontece hoje (1º), a partir das 15h. O ponto de encontro e concentração é na Escola Francisco Mariano.

    O Cortejo Antropofágico encerra esse segundo ciclo do projeto Territórios Férteis: o baque das culturas periféricas, que foi contemplado no Edital Proac n° 31/2021 – Cidadania, Cultura Negra, Urbana e Hip Hop, e tem coordenação de Natalia Puke, produção musical de Maicon Araki e produção executiva de Fernanda Ferreira. No primeiro semestre, o Baque Caipira dialogou com o Ponto de Cultura EPCA (Escola Piracicabana de Capoeira Angola) que desenvolve ações com a capoeira, dança afro e com o Maculelê, na zona norte da cidade. Já nesse segundo semestre, o encontro foi com o Hip Hop.

    Além da participação aberta no cortejo, é possível se inscrever para integrar as alas: lanceiros, caboclos, vassalos e catirinas. No sábado, dia 1, a proposta é a integração dos elementos tradicionais do maracatu de baque virado aos elementos do Hip Hop, já que nesse ano, em que se comemora o centenário da Semana de Arte Moderna (1922), que buscou a renovação do ambiente artístico. O convite é para vivenciar e prestigiar a antropofagia do baque das culturas periféricas. Uma mistura de base afro-indígena da qual nasce algo, assim como o "Abaporu", da Tarsila do Amaral.

Territórios férteis: o baque das culturas periféricas criou vínculos e estimulou trocas entre fazedoras/es de cultura. Um processo de emancipação humana, com o entendimento da importância do outro na constituição da nossa humanidade, fortalecendo assim, as ações comunitárias e práticas coletivas, reafirmando identidades e potencialidades dos territórios escolhidos pelo projeto.    

    Além das vivências dos elementos formativos que constituem o trabalho do grupo Baque Caipira, como o ritmo, o canto, a dança, a prática percussiva dos instrumentos e a história do maracatu de baque virado, que ocorreram em agosto, o projeto recebeu em setembro, a roda de conversa sobre a cultura Hip Hop, conduzida por Bira Pper e Mayra Camargo; uma oficina de danças urbanas, com Tay Corvinus; a oficina de rimas com Daniel Garnet e contou ainda com a presença do beatmaker e MC Alunático.

    BAQUE CAIPIRA - O grupo percussivo Baque Caipira se constitui como um grupo independente. atualmente formado por 35 integrantes. Desde 2013, vem se constituindo como um importante espaço formativo e cultural. O repertório do Baque tem o propósito de fortalecer a cultura afro-ameríndia, as expressões caipiras e populares da região do interior paulista. As toadas (música de maracatu) fazem referências ao Rio Piracicaba, aos lugares históricos da cidade, às histórias dos mestres e mestras dos batuques paulistas, assim como às cosmologias e narrativas de resistência de matriz negra e indígena, visto que Piracicaba foi terra das nações paiaguás e caiapós, bem como um território marcado historicamente pela escravidão.

    SERVIÇO - Inscrições para as alas podem ser feitas pelo (19) 9.9269-6852, com Sandra.

    Sábado, dia 1º de outubro, às 15h

    Concentração na Escola Francisco Mariano - Rua Profa. Laura Fernandes de Campos Ferrari, 47, Novo Horizonte

Autoria: Vanessa Piazza Fonte: Assessoria de Comunicação