Uma
música bastante falada, o rap. Outra, muito musicada, o
baque virado. E, entre as coincidências, uma prática sonora, muitas
vezes, de chamada e resposta. Em Piracicaba, a história do maracatu de baque
virado e do Hip Hop se entrelaçaram nesses meses de agosto e setembro, quando o
grupo percussivo Baque Caipira, marcou presença no Barranco Cultural, localizado
no bairro Santa Fé 1, zona oeste da cidade. Foram diversos encontros que
resultaram na mistura rítmica que pode ser conhecida por todas as pessoas
durante a realização do Cortejo Antropofágico, que acontece hoje (1º), a partir
das 15h. O ponto de encontro e concentração é na Escola Francisco Mariano.
O Cortejo
Antropofágico encerra esse segundo ciclo do projeto Territórios Férteis: o
baque das culturas periféricas, que foi contemplado no Edital Proac n° 31/2021
– Cidadania, Cultura Negra, Urbana e Hip Hop, e tem coordenação de Natalia
Puke, produção musical de Maicon Araki e produção executiva de Fernanda
Ferreira. No primeiro semestre, o Baque Caipira dialogou com o Ponto de Cultura
EPCA (Escola Piracicabana de Capoeira Angola) que desenvolve ações com a
capoeira, dança afro e com o Maculelê, na zona norte da cidade. Já nesse
segundo semestre, o encontro foi com o Hip Hop.
Além da
participação aberta no cortejo, é possível se inscrever para integrar as alas:
lanceiros, caboclos, vassalos e catirinas. No sábado, dia 1, a proposta é a
integração dos elementos tradicionais do maracatu de baque virado aos elementos
do Hip Hop, já que nesse ano, em que se comemora o centenário da Semana de Arte
Moderna (1922), que buscou a renovação do ambiente artístico. O convite é para
vivenciar e prestigiar a antropofagia do baque das culturas periféricas. Uma
mistura de base afro-indígena da qual nasce algo, assim como o
"Abaporu", da Tarsila do Amaral.
Territórios
férteis: o baque das culturas periféricas criou vínculos e estimulou trocas
entre fazedoras/es de cultura. Um processo de emancipação humana, com o
entendimento da importância do outro na constituição da nossa humanidade,
fortalecendo assim, as ações comunitárias e práticas coletivas, reafirmando
identidades e potencialidades dos territórios escolhidos pelo projeto.
Além das
vivências dos elementos formativos que constituem o trabalho do grupo Baque
Caipira, como o ritmo, o canto, a dança, a prática percussiva dos instrumentos
e a história do maracatu de baque virado, que ocorreram em agosto, o projeto
recebeu em setembro, a roda de conversa sobre a cultura Hip Hop, conduzida por
Bira Pper e Mayra Camargo; uma oficina de danças urbanas, com Tay Corvinus; a
oficina de rimas com Daniel Garnet e contou ainda com a presença do beatmaker e
MC Alunático.
BAQUE CAIPIRA - O grupo percussivo Baque Caipira se constitui como um grupo independente. atualmente
formado por 35 integrantes. Desde 2013, vem se constituindo como um importante
espaço formativo e cultural. O repertório do Baque tem o propósito de
fortalecer a cultura afro-ameríndia, as expressões caipiras e populares da
região do interior paulista. As toadas (música de maracatu) fazem referências
ao Rio Piracicaba, aos lugares históricos da cidade, às histórias dos mestres e
mestras dos batuques paulistas, assim como às cosmologias e narrativas de
resistência de matriz negra e indígena, visto que Piracicaba foi terra das
nações paiaguás e caiapós, bem como um território marcado historicamente pela
escravidão.
SERVIÇO - Inscrições para as alas podem ser feitas pelo
(19) 9.9269-6852, com Sandra.
Sábado, dia 1º de outubro, às 15h
Autoria: Vanessa Piazza Fonte: Assessoria de Comunicação