A Câmara Municipal de Piracicaba, tem sob a sua
guarda, um rico acervo, composto por documentos de diferentes tipos e assuntos.
Entre eles existem também algumas curiosidades, como no Livro de Atas do
chamado "Clube dos Solteiros", conforme demonstra Giovanna Fenili
Calabria, chefe do Setor de Gestão de Documentação e Arquivo, que também
esclarece não haver informações sobre a procedência deste livro, mas que suas
páginas contam com a criação deste Clube, considerado uma sociedade de dança -
conforme documento anexo abaixo - que teve como fundadores: Theodoro Marques,
Waldomiro G. Ferrari, Victorio Zanin e Américo Ridolfo.
Tal entidade foi fundada no dia 31 de dezembro de
1918, na casa de Ítalo Galesi e batizada de "Clube dos Solteiros",
nome este originário no absoluto solteirismo predominante na recente
agremiação" - "clube dos solteiros, sem, todavia, ser celibatário".
Numa segunda fase do Clube, o palco dos acontecimentos se passou para os altos
do Teatro Santo Estêvão, com a entidade devidamente registrada perante os
Estatutos, e apta a receber eventos.
O Clube conseguiu autorização para a instalação de uma mesa de ping-pong, o que resultou na realização de um campeonato interno, onde concorreram 35 rapazes, em sete turmas homogêneas, assim determinadas: Solteiros Corriqueiros, Solteiros Fiteiros, Solteiros Casados, Solteiros Encrencados, Solteiros Indiferentes, Solteiros Ariscos e Solteiros Manhosos.
TEATRO - à Câmara, foi apresentado um requerimento da Sociedade fundadora de um teatro, pedindo um terreno que fazia frente à rua dos Pescadores (Prudente de Morais), e atrás da Cadeia desta Villa (Praça José Bonifácio), para ali fazer uma casa para Teatro. Posto em discussão, a Câmara deliberou que informasse ao suplicante e marcasse o terreno que precisaria para edificar a obra.
Registros históricos demonstram que um dos mais
lembrados teatros de Piracicaba foi o Teatro Santo Estêvão, ilustre
desconhecido das novas gerações. Ele se localizava na área próxima ao coreto da
praça José Bonifácio, em continuação à rua São José. Foi uma obra de arte
construída por iniciativa da família de Estêvão de Souza Rezende, o Barão de
Rezende, razão pela qual se deu, ao teatro, o nome de Santo Estêvão. Grande
proprietário de terras, de fortuna incalculável, praticamente toda a região
central de Piracicaba pertencia ao Barão de Rezende, incluindo o quarteirão
onde se localizava a antiga Prefeitura e a atual Câmara Municipal.
A história da construção do teatro, desde as suas
origens, é uma saga. Por longos anos as obras ficaram paralisadas e, por ter
servido de depósito de materiais de construção, foi chamado de “Olaria Santo
Estêvão”. Sua reconstrução se deu em 1906. O Barão de Rezende doou o Teatro à
Santa Casa de Misericórdia, da qual era benemérito e patrono. Em escritura
passada em 15 de julho de 1922, a Santa Casa vendeu o imóvel à Câmara
Municipal, ao preço de 80:000$000, à Santa Casa de Misericórdia.
Em 1951, o prefeito Aldrovandro Fleury autorizou a
sua doação e derrubada para quem construísse, no local, um prédio de cinco
andares com cinema. Não aparecendo interessados, o mesmo prefeito declarou a
interdição do teatro em 25 de setembro de 1951. E sua derrubada foi autorizada
em 20 de julho de 1953, pelo prefeito Samuel de Castro Neves.
ACHADOS DO ARQUIVO - a série "Achados do Arquivo" se pauta na publicação de parte do acervo do Setor de Gestão de Documentação e Arquivo, ligados ao Departamento Administrativo, criada pelo setor de Documentação, em parceria com o Departamento de Comunicação Social, com publicações no site da Câmara, às sextas-feiras, como forma de tornar acessível ao público as informações do acervo da Casa de Leis.
Foto: Davi Negri
Autoria: Martim Vieira Ferreira Fonte: Câmara de Vereadores de Piracicaba