O Horto Florestal de Piracicaba, localizado no
distrito de Tupi, teve sua criação estabelecida há 101 anos. O manuscrito da
lei 147, de 3 de outubro de 1921, foi localizado no acervo histórico do Setor
de Gestão de Documentação e Arquivo, ligado ao Departamento Administrativo e de
Documentação da Câmara Municipal de Piracicaba.
Os servidores do setor identificaram o documento e
realizaram sua digitalização e transcrição. Na lei, fica estabelecida a criação
de um horto florestal municipal e são definidos, também, os objetivos de sua
manutenção.
Dentre as principais funções do horto estaria o
fornecimento de mudas de plantas ornamentais e de essências florestais para os
serviços municipais; essas seriam cedidas, também, aos lavradores do município.
Além disso, um dos objetivos da criação seria desenvolver uma grande plantação
de essências florestais em terrenos pertencentes à Câmara.
A lei também determinou que a Prefeitura estava
autorizada a adquirir as terras necessárias para o início do cultivo em grande
escala das “essências florestais” nacionais ou exóticas, sendo um dos principais
exemplos o eucalipto. A partir de posterior aprovação da Câmara, o pagamento
desses terrenos poderia ser realizado parcial ou totalmente através de terrenos
ou outros bens municipais, segundo a mesma lei.
Por fim, a lei 147/1921 estabeleceu, ainda, que as
despesas referentes à execução da lei deveriam ser cobertas por verbas
previstas no orçamento municipal ou, caso a Câmara aprovasse, por meio de
operações de crédito realizadas pela Prefeitura.
De acordo com o historiador Antonio Carlos
Angolini, segundo suplente da diretoria do IHGP (Instituto Histórico e
Geográfico de Piracicaba) e morador do distrito de Tupi, o município doou o
horto ao governo do estado de São Paulo no ano seguinte, em 1922, na
intenção do local se tornar uma estação experimental de produção de algodão.
Em 2017, o governo do estado abriu chamado no
Diário Oficial a fim de vender o espaço para empresas privadas. Depois da
mobilização de entidades e moradores da cidade contra sua venda e através de
decreto assinado pelo governador Márcio França em junho de 2018, a Prefeitura
de Piracicaba conseguiu a permissão para utilizar o local pelo prazo de 20
anos.
Horto Florestal de Piracicaba - O
espaço é utilizado, hoje, especialmente para realização de caminhadas e outras
atividades físicas. Durante a pandemia de Covid-19, foi decidido pelo Comitê
Gestor da Área de Visitação Pública do Horto de Tupi que o local ficaria
fechado para visitação pelas restrições sanitárias que envolviam isolamento ou
distanciamento social.
No mês de março deste ano, com a publicação de
decreto que revogou quarentena, o Horto de Tupi foi reaberto à visitação dos
munícipes, possibilitando a realização de atividades de lazer, educação
ambiental e esportes realizados em grupos.
Dentre os eventos que aconteceram no local desde
então está a quinta edição do “Caipirandando”, uma caminhada promovida pela
Secretaria Municipal de Esportes, Lazer e Atividades Motoras (Selam), com
percurso de cerca de 20 quilômetros. A atividade aconteceu em 23 de abril deste
ano.
O Horto Florestal também recebeu o Dia “O Horto É
Nosso”, em 13 de agosto, que contou com uma programação cheia de atividades.
Proposto pelo projeto Corredor Caipira e organizado pela Secretaria Municipal
de Defesa do Meio Ambiente (Sedema), o evento integrou a agenda do Programa Vem
Pro Horto, criado em 2018 e oferecido pela Sedema em parceria com o Instituto
de Pesquisas Ambientais (IPA) e o OCA/Esalq/USP (Laboratório de Educação e
Política Ambiental da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” da
Universidade de São Paulo).
Foto: portal da Câmara de Vereadores
Autoria: Laura Fedrizzi Salere Fonte: Câmara de Vereadores de Piracicaba