Para
explanar o trabalho realizado na Comunidade Renascer, em Piracicaba, um
novo ato será demonstrado às moradoras do local sobre a pauta
desenvolvida a respeito da importância do combate à pobreza menstrual
na transição para cidades sustentáveis. Desta feita, coordenadoras e voluntárias
exibirão um mini-documentário contendo os passos dados e depoimentos das
envolvidas na ação social.
O projeto
Ecofeminismo, Educação Ambiental e Desenvolvimento Sustentável, tem a
coordenação da professora Odaleia Telles Marcondes Machado Queiroz, do
departamento de Economia, Administração e Sociologia, da Escola Superior de
Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), e está contemplado no Edital 02/2021
de Inclusão Social e Diversidade na USP e em Municípios de seus campi, no
âmbito da Pró-reitoria de Cultura e Extensão Universitária (Prceu).
No
mini-documentário especialmente preparado para exibição no próximo sábado, 30
de julho, às 15h30, constam depoimentos da coordenadora, universitárias e
participantes do projeto. Para a coordenadora Odaleia, este é um projeto de
empreendedorismo. “Trata-se de uma iniciativa da ONU que repercutiu entre nós
dentro dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da agenda 2030. Priorizamos
bairros periféricos da cidade, selecionamos um grupo de mulheres para trabalhar
conosco e temos desenvolvido tudo isso na comunidade Renascer, no Jardim Nova
Iguaçu, que é uma área periférica de ocupação com diversas carências”.
A partir
de ação educativa e multidisciplinar, as universitárias abordam temas como
insustentabilidade dos absorventes descartáveis, tecnologias menstruais,
educação sexual, ervas medicinais e a saúde da mulher. Além de oferecer oficinas e cartilhas sobre orientação
sexual, o projeto disponibiliza coletores e discos menstruais e absorventes de
pano.
De acordo
com a educadora menstrual, Dara de Souza Amorin, a menstruação gera um grande
problema de resíduo, pois a mulheres sem acesso ao conhecimento e tecnologias
sustentáveis, acabam gerando impacto ambiental. “É aí que o ecofeminismo se
manifesta nessa relação menstrual, quando a mulher tem acesso
às tecnologias sustentáveis e pode lidar melhor com sua própria
menstruação e deixar de gerar impacto no planeta”.
Para a
educadora menstrual, o ecofeminismo diz respeito a relacionar a luta de
defender o planeta e a luta de defender a mulher. “Quando a gente oprime a
terra, a gente oprime a mulher. Quando a gente oprime a mulher, a gente oprime
a terra”, conclui Dara.
A líder
comunitária da comunidade Renascer, Juliana Garcia de Oliveira, comenta que
muitas mulheres não tem acesso a esse tipo de abordagem nos postos de saúde. “A
mulherada está bastante engajada, bastante feliz, trocando várias conversas,
várias trocas de experiências. Acho importante que esse projeto aconteça também
em outras comunidades”.
Para
Cerlândia Santos Oliveira Paixão, moradora da comunidade, o projeto está sendo
muito positivo pois agrega muitas coisas na vida das mulheres. “Muitas mulheres
não tem condições de ter seu próprio absorvente. Com as informações que
recebemos, sabemos como nos cuidar, como tomar um chá, como aliviar as cólicas
menstruais”.
Esses e
outros depoimentos constam no mini-documentário a ser apresentado no próximo
sábado, 30 de julho, finalizando o projeto que abarcou sustentabilidade e
pobreza menstrual em área de ocupação com várias carências.
Podcast – No episódio 108 do podcast Estação Esalq, veiculado em 18 de abril de 2022, o jornalista
Caio Albuquerque, da Divisão de Comunicação da Esalq, conversou com a
professora Odaleia Queiroz, com a graduandas em Gestão Ambiental da Esalq, Dara
Amorim e Larissa Moreira e com a pós-graduanda da Faculdade de Educação da USP,
Michele Mendonça, todas integrantes do projeto que estiveram na intervenção no
dia 10 de abril de 2022.
Autoria: Alicia Nascimento Aguair Fonte: Esalq - Piracicaba