×
22/05/2022 07h50 Há 933 dias
Um rio de história, cultura e lembranças

    Icônico. Vital. Fonte de recordações. Base para o sustento e para o trabalho. Ponto de encontro. Atrativo turístico. Cartão-postal. Exemplo de biodiversidade. Motivo de orgulho. O rio Piracicaba assume inúmeros significados para a população piracicabana que seria impossível quantificá-los. Cada pessoa tem um elo com o Piracicaba, o que o torna importante, querido, familiar.

    O rio carrega muita história. No século XVIII, foi utilizado como rota fluvial de acesso aos estados do Mato Grosso e Paraná. Muitas cidades foram fundadas nas suas proximidades – Piracicaba é uma delas. Ao longo dos séculos XIX e XX, o rio foi utilizado como rota de navegação de pequenos vapores (barcos) e como fonte de abastecimento para engenhos e fazendas de cana-de-açúcar e café.

    Na década de 60, o governo paulista decidiu reforçar o abastecimento de água da Região Metropolitana de São Paulo e construiu diversas represas nas nascentes da bacia hidrográfica do Piracicaba, formando então o Sistema Cantareira, maior responsável pelo abastecimento de água de São Paulo, que capta e desvia águas dos formadores do rio Piracicaba – o que reduziu o nível de água do rio e de seus afluentes. Por volta de 1980, a industrialização e o crescimento da Região Metropolitana de Campinas, levaram a uma crescente contaminação das águas do Piracicaba e o rio chegou a atingir uma triste realidade: foi um dos mais contaminados do país.

    Nos últimos anos, a conscientização, a criação de grupos de defesa e o aumento da fiscalização, além da execução de obras e implantação de serviços para coleta e tratamento do esgoto, evitaram que o quadro se agravasse ainda mais, recuperando a vida do rio Piracicaba.

    CULTURA - O rio Piracicaba atravessa uma das regiões mais antigas de ocupação do Estado de São Paulo e está firmemente situado na cultura da cidade de Piracicaba, que cresceu ao longo de suas margens. Diversas festas populares     são realizadas às margens do rio, a figura do pescador ainda resiste e a música caipira, típica da região, imortalizou o rio na canção “Rio de Lágrimas”.

GEOGRAFIA E LOCALIZAÇÃO - A bacia hidrográfica do rio Piracicaba se estende por uma área de 12.531 km², situada no sudeste do Estado de São Paulo e extremo sul de Minas Gerais, e compreende uma das regiões mais desenvolvidas de São Paulo, abrangendo importantes municípios como Bragança Paulista, Campinas, Limeira, Americana, Atibaia, Rio Claro, Santa Bárbara d´Oeste e Piracicaba.

    O manancial nasce da junção dos rios Atibaia e Jaguari, no município de Americana, e inicia seu percurso a 522 metros acima do nível do mar. A largura média do Piracicaba é de 70 metros – já nasce encorpado, com cerca de 60 metros – e chega a uma largura máxima de 120 metros.

    Após atravessar a cidade de Piracicaba, recebe as águas de seu principal afluente, o rio Corumbataí, que é responsável pelo abastecimento do nosso município. O rio Piracicaba percorre 250 km desde sua formação até a foz no rio Tietê, entre os municípios de Santa Maria da Serra e Barra Bonita.

    O Piracicaba possui diversos meandros, que tornam o leito sinuoso, mas ainda assim, tranquilo e apto para a navegação de embarcações de menor porte após a cidade de Piracicaba. Toda essa sinuosidade deu origem ao nome do rio, que em tupi significa “lugar onde o peixe para”.

    MEIO AMBIENTE - Durante muito tempo, em todo o mundo, não houve preocupação com a questão ambiental. O desenvolvimento econômico, decorrente da Revolução Industrial, não levou em consideração os efeitos de longo prazo no meio ambiente. A poluição e os impactos do desenvolvimento desordenado eram visíveis, mas a abundância dos recursos naturais e os benefícios proporcionados pelo progresso eram justificativas adotadas pela sociedade da época.

    A partir da escassez dos recursos naturais, do crescimento desordenado da população e da intensidade dos impactos ambientais, surge o conflito da sustentabilidade entre os sistemas econômico e natural. Isso fez do meio ambiente um tema literalmente urgente. O homem começa a entender a impossibilidade de transformar as regras da natureza e a importância de reformular suas práticas.

    A Mirante, desde o início das suas atividades, buscou minimizar os impactos ambientais decorrentes das obras realizadas no processo de universalização do esgoto.

As obras que seriam realizadas representavam um grande desafio, pois o prazo em que a concessionária se comprometeu a alcançar a universalização era exíguo. Ademais, a relação da comunidade com o rio Piracicaba, com a área do     Engenho Central e a preocupação com as matas ciliares foram fatores adicionais a esse desafio. Essa complexidade de fatores exigiu que as equipes de Engenharia, Meio Ambiente e Social construíssem soluções integradas.

    Essas soluções integradas permitiram reduções na necessidade de supressão de mata ciliar e minimizou as intervenções em Áreas de Preservação Permanente (APP). As soluções encontradas também minimizaram os impactos em todos os cursos d’água onde as obras poderiam causar algum tipo de interferência

    No Engenho Central, o projeto também recebeu atenção especial no desenvolvimento de seu traçado.

Para a implantação do interceptor na área do Engenho, não foi necessária a supressão de árvores e o traçado não interveio em nenhuma área construída do local. Todavia, para o desenvolvimento desse traçado, foi necessária a implantação de uma Estação Elevatória de Esgoto (EEE). Para evitar qualquer impacto visual na área do Engenho Central, tanto a edificação como os equipamentos foram implantados em estrutura subterrânea, solução pioneira em Piracicaba.

    O resultado de todo esse cuidado foi a implantação das obras necessárias para atingirmos a universalização com o menor impacto possível. Indiscutíveis são os benefícios que o tratamento de esgoto gera para a qualidade de vida do rio Piracicaba e da população. A diminuição da incidência de doenças ocasionadas pela falta de saneamento básico e a melhoria da qualidade da água do rio Piracicaba e seus afluentes, através da recuperação do ecossistema aquático, em especial, permitem que a comunidade piracicabana resgate o orgulho de ter de volta o seu rio em melhores condições.

Autoria: Ude Valentini Fonte: Aegea - Assessoria Piracicaba